Minhas experiencias como professor de Ensino Fundamental e Médio, alem de minhas viagens e excursões didáticas com os meus alunos.
domingo, 3 de setembro de 2017
segunda-feira, 3 de julho de 2017
Algumas Revoluções Socialistas no Seculo XX
REVOLUÇÕES
SOCIALISTAS NO SECULO XX
REVOLUÇÃO
RUSSA (1917)
Em meados do século XIX, a Rússia mantinha
relações feudais no campo. Os servos (mujiques) não podiam abandonar as terras,
onde ficavam sob a tutela de nobres (boiardos). Um segmento social rural --- os
kulaks, uma pequena burguesia agrária --- era formado por camponeses mias
bastados, que empregavam trabalhadores assalariados.
Apenas no fim do século XIX o país começou a
se industrializar, com financiamentos estrangeiros. O estado imperial era
comandado por um imperador (czar) despótico, que tomava todas as decisões
administrativas. Até o início do século XX, 85% da população russa vivia no
campo e apresentava estruturas sociais e econômicas tipicamente agrárias.
Em
1890, fundou-se o primeiro partido político de tendência socialista, o Partido
Operário Social Democrata Russo, liderado por Lenin, Trotski e outros. Em 1903,
o partido estava dividido em dois. O grupo dos mencheviques defendia alianças com a burguesia para que a Rússia
atingisse o desenvolvimento capitalista pretendido por Marx, para depois
concretizar a revolução que conduziria o país ao socialismo. A facção liderada
por Lenin, os bolcheviques, acreditava
que a revolução deveria ser feita de imediato, pela aliança entre operário e
camponeses liderados pelo partido.
Em 1904, a participação e a derrota
russa Guerra Russo- Japonesa acentuaram a crise do regime czarista e agravaram
a miséria em que vivia a população. Uma série de greves estabeleceu-se por todo
o país.
Em 1905, mais de mil pessoas foram
mortas em uma manifestação em São Petersburgo; o episódio ficou conhecido como domingo sangrento. A partir de então,
protestos violentos intensificaram-se em todo o país. Os operários criaram
conselhos denominados sovietes, para analisar em conjunto as decisões a serem
adotadas contra o regime.
Em agosto do mesmo ano, o czar
determinou a criação da Duma (Parlamento). Dois meses depois, diante das
pressões populares, publicou o Manifesto de outubro, substituindo o regime por
uma monarquia constitucional.
Em 1914, na entrada da Rússia na
primeira Guerra Mundial gerou intensos protestos. Com soldados mal-equipados e
sem um comando eficiente, a Rússia perdeu quatro milhões de homens.
Internamente, a crise intensificava-se à medida que aumentava os gastos
militares. As greves alastravam-se e a cidade de Petrogrado foi o palco inicial
de uma revolução que percorreu o país, em fevereiro de 1917.
A vitória da revolução ocorreu em três
dias, com a tomada dos prédios públicos. O soviete de deputados operários
reuniu-se, enquanto um comitê provisório da Duma preparava-se para assumir o
governo. Era o fim do regime czarista russo.
O comitê provisório da Duma foi
transformado em um governo provisório,
chefiado por Kerenski, que manteve a Rússia na guerra.
Lenin retornou na suíça, onde ficou
exilado desde a revolução de 1905, trazendo um programa de ação revolucionária
---- as Teses de Abril ---- que
propunha o estabelecimento da paz, “todo o poder aos sovietes”, a
nacionalização dos bancos, o controle operário sobre as fábricas e usinas e a
ocupação das terras pelos camponeses.
O governo provisório passou à perseguir
os líderes bolcheviques e a reprimir movimentos populares. Lenin refugiou-se na
Finlândia.
Depois de tornar-se presidente do
Soviete de Petrogrado, Trotski organizou uma milícia popular para enfrentar as
forças do governo --- a Guarda Vermelha.
Retornado da Finlândia, Lenin assumiu o
comando da revolução ao lado de Trotski e de outros líderes do Partido
Bolchevique, como Stalin, Bukarin e Kirov.
Na noite de 24 de outubro (6 de novembro
no calendário ocidental), os bolcheviques ocuparam os principais órgãos do
governo, enquanto o povo tomava as ruas de Petrogrado e o couraçado Aurora
bombardeava o Palácio de Inverno. Sem o respaldo das tropas que já estavam
aliadas aos revolucionários, Kerenski fugiu, e Lenin chegou ao poder. Estava
consagrada a Revolução Socialista de
Outubro de 1917.
GOVERNO
LENIN (1917-1924)
Em março de 1918, a Rússia retirou-se da
Primeira Guerra Mundial pelo acordo de paz de Brest-Litovsky.
As primeiras decisões socialistas do
governo Lenin foram o confisco sumário e sem indenização das grandes propriedades;
a expropriação completa das indústrias; a entrega da direção das empresas a
nomes indicados pelos sindicatos; o confisco das colheitas, exceto para consumo
próprio; a regulamentação da produção e do consumo; o racionamento generalizado
(foram estabelecidas cotas de consumo de leite, pão e lenha para cada família);
a mobilização da polícia política para punir os infratores; a nacionalização de
toda empresa estrangeira que possuísse pelo menos cinco operários.
Entre 1918 e 1921, a Rússia viveu uma
guerra civil provocada pela oposição ao bolchevismo, que contava com o apoio de
países capitalistas; estes formaram o Exército
Branco, que lutou conta o Exército
Vermelho, comandado por Trotski. Após a vitória do Exército Vermelho,
consolidava-se o regime socialista russo.
Em fevereiro de 1921, Lenin criou a Comissão Estatal para Planificação
Econômica (Gosplan), responsável por gerenciar a economia; no mês seguinte,
organizou uma série de reformas conhecida por Nova Política Econômica (NEP), com as quais pretendia adotar
medidas liberalizantes --- de caráter capitalista --- na economia socializada
da Rússia, para elevar a produção e melhorar a economia país. Os resultados da
NEP são considerados positivos, pois reorganizaram as atividades agrícola e
industrial.
Em 1922, os Estados não russos foram
integrados a República Socialista Soviética Russa. Dois anos depois, uma nova
constituição instituiu a União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas.
(URSS)
A morte de Lenin, em janeiro de 1924, provocou
uma disputa interna pelo poder, que significou um confronto entre propostas
divergentes para a condução do processo revolucionário. Trotski defendia a revolução permanente e a internacionalização da revolução, para
garantir o sucesso do socialismo.
Joseph Stalin, outro líder da disputa,
propunha que o socialismo deveria
ser construído em um só pais, assim a URSS se
transformaria em uma potência capaz de se proteger sozinha.
GOVERNO
STALIN (1929-1953)
Stalin conquistou grande influência no
Partido Comunista da União Soviética e, agindo de forma arbitrária e
autoritária, impôs sua tese às bases partidárias, garantindo a vitória.
Neutralizando os concorrentes, assumiu total controle sobre o Estado e
tornou-se ditador da União Soviética.
Durante seu governo, Stalin estruturou um
gigantesco sistema de repressão contra toda a oposição, até mesmo contra
antigos companheiros de Lenin e dele próprio, como Trotski e Kamenev.
Estima-se que entre 500 mil e um milhão de
pessoas tenham sido mortas a mando de Stalin. Consolidava a ditadura, o líder
soviético iniciou uma hábil campanha propaganda e culto à personalidade.
Stalin substituiu a NEP pelos planos
quinquenais, com objetivos ou metas econômicos a serem atingidas em 1939, dois
os planos quinquenais já haviam sido
aplicados, ambos com esforços de expansão
da indústria pesada. A coletivização forçada da agricultura resultou na
extinção das pequenas e médias propriedades que haviam sido autorizadas pela
NEP. Foram instaladas as kolkhozes, cooperativas produção, menos a terra,
pertencia aos trabalhadores soviéticos morreu nas obras ou em consequência do
processo de coletivização forçada.
A
Revolução Vermelha russa (outubro de 1917) e seus desdobramentos abalaram o
mundo capitalista, pois, pela primeira vez na história, uma revolução desse
tipo conseguia instituir um governo não capitalista de longa duração --- ao
contrário da Comuna de Paris, cuja existência foi efêmera.
A partir daí, os países capitalistas
passaram a se preocupar cada vez mais com o avanço do socialismo.
A
REVOLUÇÃO CHINESA (1949)
O século XX na China iniciou-se com a
tentativa de derrubada de valores de dominação e exploração do povo chinês,
submetido, desde o século XIX, a várias potências imperialistas, especialmente
a partir da Guerra do ópio (1841).
Essa exploração encontrou apoio nos mandarins, funcionários do Estado imperial,
e senhores de terra. Baseando-se na filosofia de Confúcio, que pregava o
respeito à autoridade e à hierarquia e o culto ao passado, mantinham as
tradicionais estruturas dos privilégios, o que favorecia dominação.
A revolta dos Boxers (1898-1901), embora
fracassada, foi uma dessas tentativas, despertando o descontentamento geral, a
chama revolucionária e a conscientização da população de que a dinastia Manchu,
que então governava a China e cooperava com a dominação internacional, era a
responsável pela miséria do país.
Em 1911, em meio à ebulição sociopolítica,
foi proclamada a República chinesa,
que, entretanto, quase nada pôde fazer diante das potências imperialistas que
ocupavam o país. Com o fim da Primeira Guerra Mundial, o domínio das potências
imperialistas foi encabeçado pelo Japão, enquanto o governo republicano
liderado por Sun Yat-Sen, do partido
Nacionalista (Kuomintang), sofria
sucessivas pressões regionais pela autonomia, provocadas pelos chefes militares
locais, além do contínuo domínio internacional.
Em 04 de maio de 1919, três mil estudantes
universitários marcharam pelas ruas de Pequim, manifestando-se contra a
aceitação, por parte do governo, das humilhantes exigências feitas pelo Japão
sobre a china e concedidas no tratado de Versalhes. Os estudantes foram logo
apoiados por outros setores que promoveram greves e manifestações em todo o
país. Uma delas ocorreu em 1920, em Xangai, influenciada pela revolução
socialista russa, enquanto era fundado o partido Comunista Chinês (PCC), que
contava com a participação de Mao
Tse-tung.
No início da década de 20, o governo do
Kuomintang conviveu com o Partido Comunista Chinês, que crescia
vertiginosamente, e também, sem grandes atritos com a União Soviética. O
objetivo imediato do governo era a unificação nacional e as lutas contra a
autonomia dos senhores locais e as potências imperialistas. Para isso, contava
com o apoio dos comunistas.
A partir de 1925, porém, Chiang Kai-shek assumiu o comando das tropas do Kuromintang e
iniciou uma política agressiva, contra o Partido Comunista, rompendo a frente
única. Foi apoiado pelos chefes militares locais, temerosos da efervescência
popular e do PCC, pelas potências imperialistas, que passaram a ver o
Kuomintang como vital para o futuro da China. Este esmagou pela força o
movimento popular urbano.
Diante das derrotas sofridas nas cidades de
Xangai e Pequim, o Partido Comunista, sob a liderança de Mao Tse-tung e Teh,
retirou-se para o anterior do país a fim de organizar suas bases de apoio. Em
1931, foi proclamada a República Soviética da China, em Kiangsi, no leste do
país.
A unidade do país era mantida por Chiang
Kai-shek à custa de uma série de acordos com os chefes militares locais, que,
possuidores de independência parcial, comprometiam o próprio governo nacional. A
partir de 1930, a crise e as indefinições cresceram, originando uma guerra
civil. Aproveitando-se da fragilidade chinesa do Japão invadiu a Manchúria, em
1931, e estabeleceu um Estado satélite – o Manchukuo
– no Norte do país. O Kuomintang passou a sofrer dupla pressão: do imperialismo
japonês e da ameaça comunista no interior do país.
Em 1934, os nacionalistas organizaram uma
grande campanha militar para esmagar os comunistas. Fugindo das tropas do
Kuomintang os cem mil homens do Exército Popular de Libertação, liderados por
Mao, percorreram dez mil quilômetros a pé – a Longa Marcha (1934-1935) -, restando ao fim de um ano apenas nove
mil. Transformado no líder dos vermelhos, Mao Tse-tung foi escolhido para
secretário-geral do PCC, sendo assessorado por Lin Piao e Chou Em-Iai.
Diante do insistente avanço japonês, Mao
Tse-tung propôs a organização de uma nova frente única – Kuomintang e PCC-, o
que levou a um acordo, concluído em 1937. Até o final da Segunda Guerra
Mundial, essa frente deu ao PCC o controle de parte do exército chinês, além de
uma crescente popularidade, ao denunciar a corrupção das tropas de Chiang
Kai-shek.
Com a capitulação do Japão na Segunda Guerra
Mundial, em agosto de 1945, Chiang Kai-shek decreta, em 04 de julho de 1946,
uma mobilização nacional, a fim de eliminar definitivamente o “perigo
vermelho”. Contando com o apoio norte-americano, que lhes fornecia militares e
financeiros,Chiang Kai-shek passou a ser visto pelos chineses como um “cúmplice
do estrangeiro”.
Enquanto isso, a União Soviética envolvida com
seus próprios problemas de pós-guerra, adotava com a China uma política ambígua
e hesitante, deixando sem apoio os guerrilheiros do Exército Popular de
Libertação, que, mesmo assim, continuaram avançando e atacando o Kuomintang.
O
exército do PCC foi ganhando terreno, até que,em janeiro de 1949, entrou
vitorioso em Pequim, e, em 10 de outubro, foi proclamada a República Popular da China.
Chiang Kai-shek e seus seguidores refugiaram-se na ilha de Formosa (Taiwan),
onde instalaram o governo da China Nacionalista,
que recebeu forte apoio norte-americano durante a guerra da Coréia e toda a
Guerra fria. Ao mesmo tempo, os Estados Unidos isolaram a China, negando-lhe
reconhecimento diplomático e intercâmbio econômico.
REVOLUÇÃO
CUBANA (1960)
Depois da independência (1898) da Espanha,
Cuba foi colocada sob a influência dos Estados Unidos, através da Emenda Platt, em 1901. Em 1934,
Fulgêncio Batista assumiu o poder e passou a governar segundo interesses do
imperialismo estadunidense.
Em 1952 por meio de um golpe de Estado,
Fulgêncio Batista instalou no país uma ditadura.
Em 1953, UM GRUPO DE REBELDES CHEFIADOS POR Fidel Castro Ruiz tentou tomar o
poder por meio de um golpe contra Batista. A tentativa resoltou em fracasso, e
Fidel Castro foi preso.
Libertado em 1955, Fidel Castro exilou-se
no México, onde se uniu a outros exilados cubanos e organizou o retorno à ilha.
No grupo de rebeldes, constituído por menos de 90 homens, destacava-se o médico
argentino Ernesto Guevara de la Serra (Conhecido por Che).
No fim de novembro de 1956, o grupo
partiu do México em destino a Cuba, onde iniciou a revolução para a tomada
poder.
Depois de dois anos de conflito, Fulgêncio
Batista fugiu para a República Dominicana; no dia seguinte, os revolucionários
entraram em Havana.
Fidel
Castro assumiu o controle do Estado e do exército revolucionário, nacionalizou
empresas estrangeiras e promoveu a reforma agrária; depois de expropriar terras
da oligarquia cubana e de empresas estadunidenses.
Em
janeiro de 1961, os Estados Unidos romperam relações diplomáticas com Cuba; em
abril, exilados cubanos treinados pela CIA, tentaram invadir Cuba e derrubar
Fidel. A fracassada tentativa de invasão na Baía dos Porcos acelerou o rompimento definitivo do governo cubano
com o mundo capitalista. Em dezembro de 1961, Fidel anunciou a adesão de Cuba
ao socialismo, aproximando-se da União Soviética. Em 1962, a tentativa de
instalação de mísseis soviéticos em Cuba gerou um dos momentos mais tensos da
Guerra Fria, na chamada Crise dos
Mísseis. A questão foi resolvida com o compromisso soviético de não
instalar armas em solo cubano, enquanto do lado dos Estados Unidos o governo
assumiu o compromisso de não mais tentar intervir militarmente em Cuba.
Os Primórdios do Socialismo
Os
primórdios do socialismo
Prof.:
Gonçalo Francisco de Pontes Filho
Vinculados ao movimento cartista surgiram os socialistas, propondo a criação de uma
sociedade baseada na cooperação, e não na competição, um sistema socioeconômico
em que a produção e a distribuição de bens seriam planejadas para o bem geral
da sociedade.
Alguns socialistas, classificados como utópicos, esboçaram modelos para um
mundo melhor. Eles foram assim chamados por não terem criado uma doutrina
organizada, visando a destruição da sociedade capitalista.
O
Socialismo Utópico
Saint-Simon (1760-1825),socialista
francês, renunciou a seu título de nobreza durante a Revolução Francesa, mas,
segundo ele, a filosofia iluminista, embora tivesse ajudado a destruir a ordem
antiga, não proporcionara uma orientação para a reconstrução da sociedade. Ele
tomou para si a missão de construir a nova sociedade, oferecendo uma
compreensão clara da nova era a ser modelada pela ciência e pela indústria.
A nova sociedade, diferente da propiciada pela igreja na
Idade Média, deveria nascer do conhecimento científico. Cientistas,
industriais, banqueiros, artistas e escritores substituiriam clérigos e
aristocratas na elite governante. O clero tradicional, tendo colocado o dogma
acima da lei moral, perdera o direito de liderar a Europa naquela nova era, e
um novo clero, inteiramente a par do conhecimento científico instruiria os
fiéis a amarem uns aos outros. Haveria um novo cristianismo, despojado de mitos
e dogmas, ajustando à nova era da ciência, unindo espiritual e moralmente todos
os povos da Europa.
Charles Fourier
(1772-1837), outro socialista francês, acreditava que a infelicidade humana
devia-se ao conflito entre as necessidades naturais do homem e a disposição da
sociedade de então. Enquanto Saint-Simon e seus adeptos pensavam em reorganizar
a sociedade em grande escala - grandes indústrias, gigantescas estradas de
ferro e sistemas de canais -, Fourier idealizava pequenas comunidades, nas
quais homens e mulheres pudessem desfrutar de prazeres simples e satisfazer
suas verdadeiras necessidades humanas. Nessas comunidades, chamadas falanstérios, todos trabalhariam em
tarefas que lhes interessassem e produziriam para si e para os outros.
Dinheiros e bens não seriam distribuídos igualmente, aqueles com dotes
especiais e responsabilidades seriam recompensados de acordo, isso para que as
pessoas tivessem um desejo natura de ser reconhecidas por suas realizações.
Fourier apoiava a igualdade entre os sexos. As mulheres,
tanto quanto os homens, deveriam escolher seus empregos. O casamento seria pura
brutalidade, por negas as necessidades sexuais da maioria de homens e mulheres,
cuja natureza, se rebelava contra a monogamia estrita. As pessoas casadas,
tendo de devotar todas as suas energias e todo o seu tempo à casa e/ou à
familia, não podiam desfrutar dos prazeres da vida nem se ocupar com outros
seres humanos. Para Fourier, as pessoas deveriam escapar da monotonia pela
mudança, não só de ocupação como também de amores. A familia iria desaparecer
por sua própria conta quando os homens e mulheres descobrissem novos modos de
satisfazer suas necessidades sexuais e a comunidade assumisse a
responsabilidade pela educação das crianças. Em 1840, cerca de 29 comunidades
fourieristas estavam estabelecidas nos Estados Unidos, mas a sua duração foi
curta.
Robert Owen
(1771-1858) tornou-se, em 1779, coproprietário e gerente da fábrica de tecido
de algodão New Lanark, na Escócia, penalizado com os maus-tratos frequentemente
infligidos aos trabalhadores aumentou os salários, melhorou as condições de
trabalho, providenciou-lhes moradia, alimentação e vestuário a preços
razoáveis, e recusou-se a contratar crianças menores de 10 anos. Além disso,
forneceu oportunidades educacionais para as crianças e iniciou um programa de
ensino para os adultos.
Owen quis assim demonstrar que um melhor tratamento
dispensado aos trabalhadores não era incoerente com os lucros. Mais felizes e
mais saudáveis, eles produziriam mais. Ele acreditava que a ordem social e
econômica de então, fundada na competição, deveria ser substituída por um
sistema baseado na vida harmoniosa em grupo. Estabeleceu uma comunidade modelo
em New Harmony, Indiana, nos Estados Unidos, mas essa experiência terminou em
fracasso.
PENSANDO
A REVOLUÇÃO INTERNACIONAL
No manifesto Comunista de 1848, além de identificar a
situação de contestação política na Europa, Marx também procurava decifrar a
lógica das lutas sociais da classe operária e de diversas outras classes
sociais ao longo da História.
As lutas políticas do século XIX foram objeto de suas
análises em diversos outros escritos. No lugar das vagas e abstratas definições
de povo e população, Marx e Engels preferiram recorrer à categoria classe social. No lugar de apelo
nacionalista, formularam uma palavra de ordem internacionalista: “Operários de todo o mundo, uni-vos!”
O
Socialismo Científico
No manifesto Comunista de 1848, Marx e Engels defendiam a
construção de uma sociedade igualitária, na qual as riquezas seriam divididas
entre todos os seus integrantes e sob o controle dos trabalhadores.
Ao contrário dos grupos que ainda acreditavam que a
tomada do poder poderia se realizar pela participação dos trabalhadores nas
eleições e por meio de medidas graduais, Marx e Engels apoiavam o assalto do
poder através da organização da classe trabalhadora. Para eles, as
reivindicações econômicas, além de necessárias para a sobrevivência do
trabalhador, tinham como objetivo despertar a consciência de classe do
proletariado aos interesses eram contrários aos interesses da burguesia e
jamais seriam satisfeitos numa sociedade capitalista.
Seus trabalhos serviam como orientação geral para
diversas lideranças do movimento operário, que passaram a se autodeterminar comunistas. Ao longo do século XIX, ao
mesmo tempo em que as lutas operárias eram mais constantes, as análises
teóricas sobre o capitalismo tornavam-se mais profundas. Os escritos de Marx
acabaram por formar uma importante corrente de pensamento: o marxismo.
Para os marxistas, a história da humanidade era
movimentada pela luta de classes. Na antiguidade, os escravos lutavam contra
seus senhores. Na Idade Média, os servos contra os senhores feudais. Na época
contemporânea, os trabalhadores contra a burguesia.
No capitalismo, de um lado, estaria a burguesia, que
concentrava em suas mãos os capitais e a tecnologia; de outro, o proletariado,
responsável pela produção e que tomaria o poder.
Os marxistas defendiam que após a derrota da burguesia
pela ação política do proletariado, a sociedade seria radicalmente modificada,
No lugar da propriedade privada, a propriedade coletiva, nas mãos de um Estado
dirigido pelos representantes dos trabalhadores. No lugar da sociedade
capitalista, uma sociedade socialista.
O socialismo era
encarado como um momento intermediário até se chegar ao comunismo, quando não haveria mais necessidade do Estado. Além
disso, no mundo comunista, homens e mulheres viveriam livres, numa sociedade
sem classes, em completa igualdade, e poderiam realizar plenamente suas
potencialidades. Para Marx, o comunismo marcaria o início da História da
humanidade. Até então, os seres humanos teriam vivido na sua pré-história.
A emancipação proletária marcaria o início de uma nova
aurora para os seres humanos. Seria o fim daquele imenso vale de lágrimas em
que o mundo se transformara aos sofrimentos e violências.
O Anarquismo
Como os marxistas, os anarquistas
protestavam conta a exploração dos trabalhadores e exigiam a extinção da
propriedade privada. Mas, ao contrário dos marxistas, que previam o fim do
Estado após a derrubada do capitalismo, eles exigiam sua destruição imediata.
“Eu não quero nem dar nem receber ordens.” Essa frase do filósofo, iluminista
Diderot, inspirou grande parte dos líderes do anarquismo. Os anarquistas
propunham uma sociedade igualitária, em que a propriedade fosse coletiva, não
houvesse patrões nem operários e todos trabalhassem e se divertissem com liberdade.
Para eles, a sociedade capitalista deveria ser transformada por uma revolução
que eliminasse as diferenças sociais e a propriedade privada.
Pierre Joseph Proudhon
(1809-1865), francês e inspirador do movimento anarquista, defendia a criação
de uma nova sociedade, que ampliasse a liberdade individual e livrasse o
trabalho da exploração do capitalismo industrial. Nessa nova ordem social,
constituída pela organização dos operários, as pessoas tratariam com justiça
seu próximo e desenvolveriam seu potencial. Uma sociedade assim não requeria um
governo que somente alimentasse privilégios e suprimisse a liberdade.
Reverenciado pelos anarquistas de todo o mundo, tornou célebre a formulação que
viria a ser um dos grandes lemas do movimento operário: “A propriedade é um
roubo”.
Outro grande representante do
anarquismo foi o russo Mikhail Bakunin
(1814-1876). Enquanto Marx sustentava que a revolução seria feita pelos
operários nos países industriais, Bakunin desejava que os oprimidos de todas as
classes, incluindo os camponeses, se revoltassem.
Bakunin temia que os marxistas, após
terem derrotado o capitalismo e tomado o poder, se tornassem os novos
exploradores. Uma vez no poder, eles se converteriam em uma minoria privilegiada
de ex-trabalhadores, que, com o poder nas mãos, passariam a representar a si
mesmos e a defender seus interesses. Para Bakunin, o Estado deveria ser
destruído pelos trabalhadores imediatamente após a revolução.
quarta-feira, 28 de junho de 2017
Exercicio de Apoio para o ENEM
EXERCÍCIO
DE APOIO
01. A
exaltação e glorificação do homem, colocado no centro de todos as preocupações
e da produção no artístico, cientifico e filosófico no final da Idade Média e
no inicio da Idade Moderna. Estamos falando:
(A)
Antropocentrismo
(B) Mecanismo
(C) Racionalismo
(D) Teocentrismo
(E) Universalismo
(B) Mecanismo
(C) Racionalismo
(D) Teocentrismo
(E) Universalismo
02.
Foi um dos expoentes da ciência renascentista, que rompeu com a visão
aristotélica de um mundo estático, sugerido a ideia de um universo infinito foi torturado é queimado
vivo na fogueira Inquisição.
(A)
Galileu Galilei
(B) Giordano Bruno
(C) Leonardo da Vinci
(D) Nicolau Copérnico
(E) Thomas Morus
(B) Giordano Bruno
(C) Leonardo da Vinci
(D) Nicolau Copérnico
(E) Thomas Morus
03. Em
Wittemberg, na Alemanha, um monge agostiniano considerou a venda de indulgência
uma pratica inaceitável e elaborou uma lista com
95 teses, pelas quais explicava por que era contrariado a pratica. Estamos
falando de:
(A) Henrique VIII
(B) João Calvino
(C) Leonardo da Vinci
(D) Martinho Lutero
(E) Nicolau Copérnico.
(B) João Calvino
(C) Leonardo da Vinci
(D) Martinho Lutero
(E) Nicolau Copérnico.
04. O
Renascimento e a Reforma Religiosa tiveram inicio respectivamente:
(A) Na Itália e na Alemanha;
(B) Na França e na Itália;
(C) Na Alemanha e na Itália;
(D) Na Espanha e na França;
(E) No Brasil e na Alemanha.
05. (UEL)
Considere os itens adiante:
I. “... a busca da
perfeição no retratar o homem levou a uma simbiose entre arte e ciência,
desenvolvendo-se estudos de anatomia, técnicas de cores, perspectivas...”
II. “... o
teocentrismo, o coletivismo, a tradição marcaram as obras de arte do período e estiveram
presentes na pintura, na arquitetura e na escultura...”
III.“... procuram
explicar o mundo através de novas teorias, fugindo às interpretações religiosas
típicas do período anterior. O grande destaque é a utilização do método
experimental...”
O Renascimento
é identificado em:
(A) Somente
II.
(B)
Somente I e II.
(C)
Somente I e III.
(D)
Somente II e III.
(E)
I, II e III.
06 - (ENEM) A Revolução
Industrial ocorrida no final do século XVIII transformou as relações do homem
com o trabalho.As máquinas mudaram as formas de trabalhar, e as fábricas
concentraram-se em regiões próximas às matérias-primas e grandes portos,
originando vastas concentrações humanas. Muitos dos operários vinham da área
rural e cumpriam jornadas de trabalho de 12 a 14 horas, na maioria das vezes em
condições adversas. A legislação trabalhista surgiu muito lentamente ao longo
do século XIX e a diminuição da jornada de trabalho para oito horas diárias
concretizou-se no início do século XX.
Pode-se afirmar que as conquistas no
início deste século, decorrentes da legislação trabalhista, estão relacionadas
com:
(A) a expansão do capitalismo e a
consolidação dos regimes monárquicos constitucionais.
(B) a expressiva diminuição da oferta
de mão-de-obra, devido à demanda por trabalhadores especializados.
(C) a capacidade de mobilização dos
trabalhadores em defesa dos seus interesses.
(D) o crescimento do Estado ao mesmo
tempo que diminuía a representação operária nos parlamentos.
(E) a vitória dos partidos comunistas
nas eleições das principais capitais européias.
07 - (Cesgranrio) Ao longo
do século XIX, a difusão da Revolução Industrial alterou as condições de vida
nas diversas áreas atingidas pelo processo de industrialização, o que fez
surgirem novas concepções e doutrinas comprometidas com o desenvolvimento ou
com a reforma da sociedade capitalista.
Dentre as propostas dessas doutrinas sociais,
identificamos corretamente a:
(A) crítica da propriedade privada,
formulada pelo Marxismo;
(B) submissão integral do trabalhador
ao capital, expressa na doutrina social da Igreja, a Rerum Novarum;
(C) defesa da livre associação dos
trabalhadores em corporações e sindicatos profissionais, propostas pelo
Liberalismo doutrinário;
(D) subordinação do cidadão a um
Estado totalitário, pregada pelo movimento anarquista;
(E) opção pela democracia partidária,
defendida pelos socialistas utópicos, sendo o sufrágio universal censitário o
único meio de o proletariado alcançar o poder.
08 - (UFPE) Sobre o
Socialismo Utópico e o Socialismo Científico, assinale a alternativa correta.
(A) para o Socialismo Científico o
surgimento de uma sociedade sem classes se daria pela união e triunfo do
proletariado e para os socialistas utópicos pela assistência do Estado, pela
associação dos trabalhadores, pela ação revolucionária e pelo anarquismo.
(B) O pensamento dos socialistas
utópicos como Fourier e Proudhon não influenciou as revoluções do século XIX.
(C) para o Socialismo Científico a
igualdade social só seria possível se o sistema econômico fosse privatizado.
(D) O Socialismo Científico defendido
por Thomas Morus em seu livro Utopia teve como base a teoria socialista de Karl
Marx.
(E) Os socialistas utópicos foram
líderes da comuna de Paris em 1870 na França.
09 - (Unirio) “A
nacionalidade é o que justifica ou que postula a existência de uma nação. Uma
nacionalidade é um grupo humano que aspira a formar uma nação ou a fundir-se,
por motivos de afinidade, com uma nação já existente”. (Henri Berr)
Foram características dos diversos
nacionalismos europeus, no século XIX:
(A) busca de identidade histórica e a
aspiração a um estado nacional.
(B) defesa da unidade lingüística e
lutas sociais do operariado.
(C) estímulo às tradições e forma de
governo republicano.
(D) expansão industrial e imperialismo
colonial.
(E) formação de estados plurinacionais
e governos monárquicos.
10 - (UMESP-SP) “Colonizar
é relacionar-se com os países novos para tirar benefícios dos recursos de
qualquer natureza destes países, aproveitá-los no interesse nacional, e ao
mesmo
tempo levar às populações primitivas,
que delas se encontram privadas, as vantagens da cultura intelectual, social,
científica, moral, artística, literária, comercial e industrial, apanágio
das raças superiores. A colonização é,
pois, um estabelecimento fundado em país novo para uma raça de civilização
avançada, para realizar o duplo fim que acabamos de indicar”. (MÉRGINHAC,
Précis de législation et d‘economie coloniales. Paris, 1912, citado em
LINHARES, Maria Yeda. A luta contra a metrópole (Ásia e África: 1945 -
1975). 4.ed. São Paulo, Brasiliense, 1986. p. 35, 36)
O texto reflete a visão européia do
colonialismo efetuado sobre a Ásia e a África no decorrer do século XIX,
resultado do expansionismo do capitalismo industrial-financeiro. Neste texto:
(A) estão explícitas as concepções de
superioridade da raça branca e da civilização européia e do direito e dever de
colonizar.
(B) está presente a idéia da
colonização como elemento essencial para o desenvolvimento econômico da Europa,
da Ásia e da África.
(C) o autor procura mostrar a
preocupação dos colonizados em preservar a cultura dos povos colonizados
(D) parte-se do princípio da
igualdade, para garantir aos europeus o direito e o dever de colonizar países
mais atrasados.
(E) percebe-se que o autor vê o
colonialismo europeu como um elemento de desequilíbrio e atraso para as nações
colonizadas.
11. Líder
dos Bolcheviques na Revolução Russa de outubro de1917 e assumiu o poder logo
após a Revolução de outubro?
(a) Nicolau II;
(b) Kerenaky;
(c) Lênin;
(d) Mao Tse-Tung;
(a) Nicolau II;
(b) Kerenaky;
(c) Lênin;
(d) Mao Tse-Tung;
(e)
Stalin.
12. Foi
o líder da Revolução Cubana foi :
(a) Fidel Castro;
(a) Fidel Castro;
(b) Lenin;
(c) Nicolau II;
(d) Mao Tse-Tung;
(e) João Batista.
(c) Nicolau II;
(d) Mao Tse-Tung;
(e) João Batista.
13. Não
pode se apontado como causa de revolução como causa de Revolução Russa de
outubro de 1917.
(a) A entrada da Rússia na 1ª Guerra;
(b) A desigualdade social e étnica;
(a) A entrada da Rússia na 1ª Guerra;
(b) A desigualdade social e étnica;
(c)
A exploração das massas operaria;
(d) Os trabalhadores rurais pagavam pesados impostos;
(e) A saída da Rússia da 1ª Guerra.
(d) Os trabalhadores rurais pagavam pesados impostos;
(e) A saída da Rússia da 1ª Guerra.
14. Pela
Emenda Platt, do senado norte americano, de 1901, na Constituição Cubana,
autorizava que:
(a) A OEA poderia intervir militarmente em Cuba.
(b) A URSS tinha os direitos economia e políticos sobre a ilha de Cuba.
(c) Os Estados Unidos poderiam invadir Cuba para assegurar a independência de Cuba.
(d) A Guerra Fria estava iniciada.
(a) A OEA poderia intervir militarmente em Cuba.
(b) A URSS tinha os direitos economia e políticos sobre a ilha de Cuba.
(c) Os Estados Unidos poderiam invadir Cuba para assegurar a independência de Cuba.
(d) A Guerra Fria estava iniciada.
(e)
As nações capitalistas poderiam invadir a ilha.
15.
O Grande Salto para a frente criado por Mao
Tse tung estabelecia:
(a)
um amplo projeto agrícola para superar a demanda de consumo do país.
(b)
um projeto de desenvolvimento da China em um prazo de dez anos.
(c)
assumir o controle do Socialismo, ultrapassando o poderio soviético.
(d)
um projeto educacional encabeçado pelos jovens universitários para erradicar o
analfabetismo chinês.
16 - (Uel-PR) Ao tipo de Estado criado por
Mussolini, cuja organização estava fundamentada no sistema de sindicatos
patronais e de trabalhadores, deu-se o nome de:
(A) democrático.
(B) republicano.
(C) oligárquico.
(D) parlamentar.
(E) corporativo.
17 – Leia as
afirmação abaixo:
1. “Ao contrário das velhas
organizações que vivem fora do Estado, nossos sindicatos fazem parte do
Estado.”(Mussolini)
2. “Defender os produtores significa
combater os parasitas. Os parasitas do sangue, que são os socialistas, e os
parasitas do trabalho, que podem ser burgueses ou socialistas.” (Mussolini)
3. Tenho a sublime esperança de que
chegará a hora em que essas tropas desordenadas se transformarão em batalhões,
os batalhões em regimentos em divisões.”(Hitler)
4. “Aqueles que dominam devem saber
que têm o direito de dominar porque pertencem a uma raça superior.”(Hitler)
Nas citações acima, encontramos
algumas das principais características do fascismo e do nazismo.
Identifique-as, pela ordem, em uma das alternativas abaixo.
(A) Expansionismo, nacionalismo,
romantismo, idealismo.
(B) Corporativismo, anticomunismo,
militarismo, racismo.
(C) Totalitarismo, socialismo,
paramilitarismo, anti-semitismo.
(D) Liberalismo, comunismo, pacifismo,
corporativismo.
(E) Trabalhismo, não-intervencionismo,
industrialismo, anti-semitismo.
Responda às questões 18 e 19
tendo em vista a transcrição da parte do discurso proferido pelo Presidente
Franklin Roosevelt no “Commonwealth Club” em São Francisco, no dia 23 de
setembro de 1932. “Dizem-me alguns dos meus amigos que não desejam a
intromissão do Governo nos negócios, com o que eu concordo. Mas eu perguntaria
se eles percebem as conseqüências do passado. Pois, embora teoria e não
interferência do Governo nos negócios, a sua ausência de competição com as
empresas privadas, seja uma doutrina americana, ainda vigora a tradição pela
qual o mundo dos negócios recorre ao Governo para que este coloque todas as
formas de auxílio governamental à disposição dos interesses particulares. Da
mesma forma que se extinguiu a liberdade de apropriação de terra,
estreitaram-se as oportunidades no campo dos negócios. É verdade que ainda
existem homens capazes de começar com pequenas empresas, confiando na sua
sagacidade e na habilidade para se defender contra os competidores; mas é cada
vez maior o número de áreas que têm sido compradas, por preempção, pelas
grandes companhias; e mesmo nos setores ainda sem grandes atividades
monopolistas, o homem pequeno começa
em desvantagem. Nossa tarefa agora é (...) procurar estabelecer os mercados
externos para a produção excedente, enfrentar os problemas
do subconsumo, distribuir a riqueza e
os produtos de forma mais eqüitativa, adaptar as organizações econômicas
existentes a serviço do povo. É chegado o momento da administração
esclarecida”.
18 - No seu discurso,
Roosevelt advoga:
(A) atualização dos recursos públicos
no auxílio das empresas privadas como forma de estimular o crescimento global
da economia.
(B) o fortalecimento dos grandes
grupos econômicos como meio de alcançar o efetivo desenvolvimento das forças
produtivas.
(C) a estatização dos setores
essenciais da economia, a fim de garantir a democratização na prestação de
serviços à população.
(D) a necessidade da intervenção
estatal na economia como forma disciplinar a atuação da iniciativa privada e
garantir os interesses públicos.
(E) a concentração da renda nas mãos
dos empreendedores capitalistas, capazes de acelerar a produção e combater as
crises periódicas.
19 - Promovendo um
confronto entre as idéias apresentadas por Roosevelt e o atual discurso
neoliberal, é correto concluir que, exceto:
(A) os pequenos e médios produtores
saem prejudicados na competição com grandes empresas já estabelecidas e que
dominam o mercado.
(B) a iniciativa individual fica
sufocada e as leis de mercado neutralizadas diante da crescente oligopolização
da economia capitalista.
(C) os capitalistas, de forma
genérica, recorrem à proteção do Estado, visando a seus interesses particulares
de aceleração da reprodução do capital.
(D) a intermediação governamental é
necessária para se obter uma distribuição mais justa da riqueza gerada e o
atendimento dos serviços essenciais.
(E) a planificação da economia, sob a
tutela do Estado, torna-se fundamental para se manter o equilíbrio entre
produção e consumo.
20 - (Enem) Leia um texto
publicado no jornal Gazeta Mercantil. Esse texto é parte de um artigo que
analisa algumas situações de crise no mundo, entre elas, a quebra da Bolsa de
Nova Iorque em 1929, e foi publicado na época de uma iminente crise financeira
no Brasil. Deu no que deu. No dia 29 de outubro de 1929, uma terça-feira,
praticamente não havia compradores no pregão de Nova Iorque, só vendedores.
Seguiu-se uma crise incomparável: o Produto Interno Bruto dos Estados Unidos
caiu de 104 bilhões de dólares em 1929, para 56 bilhões em 1933, coisa
inimaginável em nossos dias. O valor do dólar caiu a quase metade. O desemprego
elevou-se de 1,5 milhão para 12,5 milhões de trabalhadores - cerca de 25% da
população ativa - entre 1929 e 1933. A construção civil caiu 90%. Nove milhões
de aplicações, tipo caderneta de poupança, perderam-se com o fechamento dos
bancos. Oitenta e cinco mil firmas faliram. Houve saques e norte- americanos
passaram fome. (Gazeta Mercantil, 05/01/1999)
Ao citar dados referentes à crise
ocorrida em 1929, em um artigo jornalístico atual, pode-se atribuir ao
jornalista a seguinte intenção:
(A) questionar a interpretação da
crise.
(B) comunicar sobre o desemprego.
(C) instruir o leitor sobre as
aplicações em bolsa de valores.
(D) relacionar os fatos passados e
presentes.
(E) analisar dados financeiros
americanos.
Gabarito:
01 – A
02 – A
03 – D
04 – A
05 – C
06 – A
07 – A
08 – A
09 – A
10 – A
11 – C
12 – A
13 – E
14 – C
15 – D
16 – E
17 – B
18 – D
19 – E
20 – D
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