sexta-feira, 13 de novembro de 2015

QUESTÕES DO ENEM - RESPOSTAS E EXPLICAÇÃO.

HISTÓRIA – ENEM 2002
1) Enem - Mec
1 – “(...) o recurso ao terror por parte de quem já detém o poder dentro do Estado não pode ser arrolado entre as formas de terrorismo político, porque este se qualifica, ao contrário, como o instrumento ao qual recorrem determinados grupos para derrubar um governo acusado de manter-se por meio do terror”.
2 – Em outros casos “os terroristas combatem contra um Estado de que não fazem parte e não contra um governo (o que faz com que sua ação seja conotada como uma forma de guerra), mesmo quando por sua vez não representam um outro Estado. Sua ação apa- rece então como irregular, no sentido de que não podem organizar um exército e não conhecem limites territoriais, já que não provêm de um Estado”.
Dicionário de Política (org.) BOBBIO, N., MATTEUCCI, N. e PASQUINO, G., Brasília: Edunb,1986.
De acordo com as duas afirmações, é possível compa rar e distinguir os seguintes eventos históricos:

I. Os movimentos guerrilheiros e de libertação nacional realizados em alguns países da África e do sudeste asiático entre as décadas de 1950 e 70 são exem- plos do primeiro caso.
II. Os ataques ocorridos na década de 1990, como às embaixadas de Israel, em Buenos Aires, dos EUA, no Quênia e Tanzânia, e ao World Trade Center em 2001, são exemplos do segundo caso.
III. Os movimentos de libertação nacional dos anos 50 a 70 na África e sudeste asiático, e o terrorismo dos anos 90 e 2001 foram ações contra um inimigo invasor e opressor, e são exemplos do primeiro caso.
É correto o que se afirma apenas em
a) I.
b) II.
c) l e ll.
d) I e III.
e) Il e III.
Análise pedagógica
Competências: II, IV e V - Habilidade: 20
A questão trata de um tema de extrema atualidade, o terrorismo. Para que o participante possa discutir adequadamente o problema, é necessário que ele domine o significado, ou os significados, do conceito. Neste sentido, a primeira parte da questão foi construída para que o participante tivesse acesso a uma definição bem elaborada sobre as diversas formas de terror. Após a compreensão do enunciado, o participante deveria relacionar o con- ceito com situações historicamente determinadas. O texto citado, extraído do Dicionário de Política de Norberto Bobbio, e os exemplos evocados permitem ao participante não ape- nas estabelecer relações entre terrorismo e Estado de Direito, mas também entre as dife- rentes formas de expressão do terrorismo, nos últimos cinqüenta anos, dando-lhe a oca- sião de refletir sobre os diversos contextos históricos dessa forma de luta e sobre os seus diferentes objetivos. Para responder corretamente a esta questão, o participante deveria reconhecer nas afirmações essas duas dimensões do terrorismo, refletindo a partir de al- guns casos concretos: o luta contra o Estado de Direito e a luta contra um governo. Cerca de um terço dos participantes assinalou corretamente a alternativa C. Possivelmente, os participantes que registraram as demais alternativas não mostraram o domínio de uma lei- tura compreensiva.


2) Enem – Mec -  “O continente africano em seu conjunto apresenta 44% de suas fronteiras apoiadas em meridianos e paralelos; 30% por linhas retas e arqueadas, e apenas 26% se refe- rem a limites naturais que geralmente coincidem com os de locais de habitação dos grupos étnicos”

MARTIN, A. R., Fronteiras e Nações. Contexto, São Paulo, 1998.
Diferente do continente americano, onde quase que a totalidade das fronteiras obedecem a limites naturais, a África apresenta as características citadas em virtude, principalmente.
a) da sua recente demarcação, que contou com térmicas cartográficas antes desconhecidas.
b) dos interesses de países europeus preocupados com a partilha dos seus recursos naturais.
c) das extensas áreas desérticas que dificultam a demarcação dos “limites naturais”.
d) da natureza nômade das populações africanas, especialmente aquelas oriundas da África Subsaariana.
e) da grande extensão longitudinal, o que demandaria enormes gastos para demarcação.
Análise pedagógica
Competências: II, III e IV - Habilidade: 21
Para resolver esta questão o aluno deveria relacionar os seus conhecimentos de geografia aos seus conhecimentos de história. Nesse sentido, trata-se de compreender qual foi o momento histórico de definição das fronteiras no continente africano e porque as potências imperiais, que realizaram a partilha da África, não consideraram os limites naturais e as afinidades étnicas das populações africanas que habitavam determinadas regiões daque- le continente. Os conflitos que atualmente afligem aquele continente são tributários da for- ma com que se deu a definição das fronteiras nacionais, o que justifica a importância e a atualidade do tema tratado na questão. O participante foi levado, nesta questão, a interpre- tar dados que caracterizam processos histórico-geográficos determinados. Cerca de um terço dos participantes assinalou a alternativa correta B. Os que optaram pelas outras alter- nativas consideraram mais os aspectos técnicos da demarcação de fronteiras, que, mes- mo sendo relevantes, não foram determinantes no caso da África.

3) Enem - Mec - Considere o papel da técnica no desenvolvimento da constituição de sociedades e três invenções tecnológicas que marcaram esse processo: invenção do arco e flecha nas civilizações primitivas, locomotiva nas civilizações do século XIX e televisão nas civilizações modernas.
A respeito dessas invenções são feitas as seguintes afirmações:
        I.            A primeira ampliou a capacidade de ação dos braços, provocando mudanças na forma de organização social e na utilização de fontes de alimentação,
     II.            A segunda tornou mais eficiente o sistema de transporte, ampliando possibilidades de locomo- ção e provocando mudanças na visão de espaço e de tempo.
III. A terceira possibilitou um novo tipo de lazer que, envolvendo apenas participação passiva do ser humano, não provocou mudanças na sua forma de conceber o mundo.
Está correto o que se afirma em:
a) I, apenas.
b) I e II, apenas
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.
Análise pedagógica
Competências: II, III e IV - Habilidade: 21
A questão propõe ao participante uma reflexão sobre um dos temas mais complexos dos estudos históricos: as conseqüências das inovações tecnológicas não apenas no domínio da natureza, mas também sobre a própria visão de mundo dos homens que as criaram. A formulação da questão leva o participante a tornar consciente e explicitar que a práxis é motivada pelas necessidades humanas, mas que ela desencadeia igualmente processos nem sempre controlados ou previstos no seu início. Nesse sentido, há mesmo uma sutil ironia na afirmação III, pois a referida imprevisibilidade não implica forçosamente a "passividade" do ser humano diante do fenômeno desencadeado, nem tampouco "constância" em sua forma de conceber o mundo. Para responder corretamente a questão, o participan- te deveria representar mentalmente um princípio dialético segundo o qual, na História, todo movimento gera movimento. Cerca de 60% dos participantes assinalaram corretamente a alternativa B. As escolhas em C, D e E (37%) revelam, possivelmente, a crença de que as invenções, em particular a televisão, não provocaram mudanças na forma do ser humano conceber o mundo.

4) Enem - Mec - Um jornalista publicou um texto do qual estão transcritos trechos do primeiro e do último parágrafos:
“‘Mamãezinha, minhas mãozinhas vão crescer de novo?’ Jamais esquecerei a cena que vi, na TV fran- cesa, de uma menina da Costa do Marfim falando com a enfermeira que trocava os curativos de seus dois cotos de braços. (...)”.
“Como manter a paz num planeta onde boa parte da humanidade não tem acesso às necessidade básicas mais elementares? (...) Como reduzir o abismo entre o camponês afegão, a criança faminta do Sudão, o Severino da cesta básica e o corretor de Wall Street? Como explicar ao menino de Bagdá que morre por falta de remédios, bloqueados pelo Ocidente, que o mal se abateu sobre Manhattan? Como dizer aos chechenos que o que aconteceu nos Estados Unidos é um absur- do? Vejam Grozny, a capital da Chechênia, arrasada pelos russos. Alguém se incomodou com os sofri- mentos e as milhares de vítimas civis, inocentes, desse massacre? Ou como explicar à menina da Costa do Marfim o sentido da palavra ‘civilização’ quando ela descobrir que suas mãos não crescerão jamais?”.
UTZERI, Fritz. Jornal do Brasil, 17/09/2001.
Apresentam-se, abaixo, algumas afirmações também retiradas do mesmo texto. Aquela que explicita uma resposta do autor para as perguntas feitas no trecho
citado é:
a) “tristeza e indignação são grandes porque os aten-tados ocorreram em Nova lorque”.
b) “ao longo da história, o homem civilizado globalizou todas as suas mazelas”.
c) “a Europa nos explorou vergonhosamente”.
d)  “o neoliberalismo institui o deus mercado que tudo resolve”.
e)  “os negócios das indústrias de armas continuam de vento em popa”.
Análise pedagógica
Competências: I, II e III - Habilidade: 1
Esta questão apresentou para o participante uma situação-problema referente a um fenô- meno de natureza social, caracterizado pela reprodução de dois trechos de um artigo de jornal. No texto, parte-se de um episódio trágico (uma criança africana que não compreen- de o que aconteceu com suas mãos - amputadas, pelo que o texto dá a entender), apresen- tado no primeiro parágrafo, para ilustrar o que parece ser uma marca do mundo contempo- râneo: a grande disparidade socioeconômica que provoca situações de grande violência aparentemente incompreensíveis e certamente incompatíveis com um mundo "civilizado". O participante recebeu, como dados para reflexão, o primeiro e último parágrafos de um texto do jornalista Fritz Utzeri. Sua tarefa seria, a partir desses dados, analisar as alternati- vas (também retiradas do mesmo texto) e escolher aquela que apresentasse uma resposta do autor para as perguntas que faz a respeito da situação paradoxal referida pelo texto. Os que optaram pela alternativa A (23%), possivelmente, não perceberam que ela traz uma informação particularizada, o que não explica o quadro mais geral delineado pelo texto. O mesmo problema deveria ser identificado nas alternativas C e E, assinaladas por 26% dos participantes. A inadequação do trecho apresentado na alternativa D, com 12% de registros, ocorre porque nele fala-se de "resolução" de algo pelo "deus mercado" e, na verdade, o cenário apresentado pelo texto é o de constatação de um problema para o qual não há resolução. A alternativa B, assinalada por 38% dos participantes, mostra-se correta, nesse contexto, porque apresenta uma interpretação aplicável ao cenário delineado pelo texto: constatamos violência e disparidades socioeconômicas em lugares diferentes porque o homem, em lugar de resolver suas mazelas, acabou por globalizá-las.

5) Enem - Mec - A leitura do poema Descrição da guerra em Guernica traz à lembrança o famoso quadro de Picasso.
Entra pela janela
o anjo camponês;
com a terceira luz na mão;
minucioso, habituado
aos interiores de cereal,
aos utensílios que dormem na fuligem; os seus olhos rurais
não compreendem bem os símbolos desta colheita: hélices,
motores furiosos;
e estende mais o braço; planta
no ar, como uma árvore
a chama do candeeiro.
(...)
Carlos de Oliveira in ANDRADE, Eugénio. Antologia Pessoal da Poesia Portuguesa. Porto: Campo das Letras, 1999.

Uma análise cuidadosa do quadro permite que se identifiquem as cenas referidas nos trechos do poema.
 
Pablo Picasso, Guernica, 1937. Museu Nacional Centro de Arte Reina Sofia, Madri.

Podem ser relacionadas ao texto lido as partes:
a) a1, a2, a3
b) f1, e1, d1
c) e1, d1, c1
d) c1, c2, c3
e) e1, e2, e3
Análise pedagógica
Competências: I. IV e V - Habilidade: 5
O trecho do poema "Descrição da guerra em Guernica", transcrito na prova, cria para o parti- cipante uma interessante relação intertextual: o poeta Carlos de Oliveira propõe uma leitura interpretativa do conhecido quadro de Pablo Picasso. Além do poema, o quadro de Picasso foi também reproduzido na questão, de modo a permitir que o aluno tivesse condições de "ler" essa obra de arte e nela reconhecer as referências criadas pelo texto de Carlos de Oliveira. Os primeiros versos do poema fazem referência à entrada de um "anjo camponês" pela janela. No quadro, essa imagem pode ser identificada no quadro e1. Mais adiante, os versos aludem a um braço estendido que "planta/ no ar.../ a chama do candeeiro". Para com- preender a metáfora criada, o participante deveria perceber, em primeiro lugar, que o braço estendido seria do anjo camponês, identificado no quadro e1. Esse reconhecimento daria a chave de resposta da questão, porque permitiria que a imagem da entrada do anjo com o braço estendido portando um candeeiro fosse associada aos quadros e1, d1, c1, contidos na alternativa C, assinalada por cerca de metade dos participantes.

6) Enem – Mec - Comer com as mãos era um hábito comum na Europa, no século XVI. A técnica empregada pelo índio no Brasil e por um português de Portugal era, aliás, a mes- ma: apanhavam o alimento com três dedos da mão direita (polegar, indicador e médio) e atiravam-no para dentro da boca.
Um viajante europeu de nome Freireyss, de passagem pelo Rio de Janeiro, já no século XIX, conta como “nas casas das roças despejam-se simplesmente alguns pratos de farinha sobre a mesa ou num balainho, donde cada um se serve com os dedos, arremessando, com um movimento rápido, a farinha na boca, sem que a mínima parcela caia para fora”. Outros viajantes oito- centistas, como John Luccock, Carl Seidler, Tollenare e Maria Graham descrevem esse hábito em todo o Brasil e entre todas as classes sociais. Mas para Saint-Hilaire, os brasileiros “lançam a [farinha de mandioca] à boca com uma destreza adquirida, na origem, dos indígenas, e que ao europeu muito custa imitar”.
Aluísio de Azevedo, em seu romance Girândola de amores (1882), descreve com realismo os hábitos de uma senhora abastada que só saboreava a moqueca de peixe "sem talher, à mão".
Dentre as palavras listadas abaixo, assinale a que tra- duz o elemento comum às descrições das práticas ali- mentares dos brasileiros feitas pelos diferentes au- tores do século XIX citados no texto.
a) Regionalismo (caráter da literatura que se baseia em costumes e tradições regionais).
b) Intolerância (não-admissão de opiniões diversas das suas em questões sociais, políticas ou religiosas). c) Exotismo (caráter ou qualidade daquilo que não é
indígena; estrangeiro; excêntrico, extravagante).
d)  Racismo (doutrina que sustenta a superioridade de certas raças sobre outras).
e)  Sincretismo (fusão de elementos culturais diversos, ou de culturas distintas ou de diferentes sistemas sociais).
Análise pedagógica
Competências: III, IV e V - Habilidade: 19
Nesta questão, a partir de informações sobre práticas alimentares na Europa e no Brasil, o participante deverá identificar e selecionar a alternativa que traduz melhor um elemento comum às práticas alimentares dos brasileiros. A leitura do enunciado desta questão leva o aluno a constituir uma visão de época, a partir de informações retiradas de diversos docu- mentos históricos. Apesar da afirmação de Saint-Hilaire, segundo a qual "ao europeu muito custa imitar" a destreza dos indígenas para lançar a farinha de mandioca à boca com as mãos, o conjunto dos textos revela que o hábito de comer com as mãos era comum aos europeus e ameríndios, e que, já no século XIX, este hábito perpassava diversas categori- as sociais, desde o habitante da roça até uma senhora abastada. O que está pressuposto, portanto, no conjunto dos textos, é que um fato cultural comum a duas culturas diferentes (comer com as mãos) permitiu o sincretismo de técnica e a adoção de uma prática cotidia- na por diferentes classes e grupos sociais no Brasil. Este recorte documental é muito apro- priado, porque, se por um lado aproxima os costumes europeus dos costumes existentes em outras partes do mundo, por outro, permite que o participante localize, com exatidão, o lugar da diferença (lançam a farinha à boca) que permitirá, posteriormente, o sincretismo. Os distratores também informam, uma vez que o aluno é levado a identificar o significado de cada uma das palavras (regionalismo, intolerância, exotismo, racismo e sincretismo) antes de selecionar a alternativa mais adequada. Apenas 28% dos participantes interpreta- ram corretamente o texto e as definições apresentadas nas alternativas. Os que assinala- ram A não perceberam que as práticas alimentares relatadas não eram regionais.

7) Enem - Mec - Michel Eyquem de Montaigne (1533-1592) compara, nos trechos, as guerras das sociedades Tupinambá com as chamadas “guerras de religião” dos franceses que, na segunda metade do século XVI, opunham ca- tólicos e protestantes.
“(...) não vejo nada de bárbaro ou selvagem no que di- zem daqueles povos; e, na verdade, cada qual conside- ra bárbaro o que não se pratica em sua terra. ( ...) Não me parece excessivo julgar bárbaros tais atos de cruel- dade [o canibalismo], mas que o fato de condenar tais defeitos não nos leve à cegueira acerca dos nossos. Estimo que é mais bárbaro comer um homem vivo do que o comer depois de morto; e é pior esquartejar um homem entre suplícios e tormentos e o queimar aos poucos, ou entregá-Io a cães e porcos, a pretexto de devoção e fé, como não somente o lemos mas vimos ocorrer entre vizinhos nossos conterrâneos; e isso em verdade é bem mais grave do que assar e comer um homem previamente executado. (...) Podemos portan- to qualificar esses povos como bárbaros em dando apenas ouvidos à inteligência, mas nunca se com- pararmos a nós mesmos, que os excedemos em toda sorte de barbaridades.”
MONTAIGNE, Michel Eyquem de, Ensaios, São Paulo: Nova Cultural, 1984.
De acordo com o texto, pode-se afirmar que, para Montaigne,

a) a ideia de relativismo cultural baseia-se na hipótese da origem única do gênero humano e da sua religião.
b) a diferença de costumes não constitui um critério válido para julgar as diferentes sociedades.
c) os indígenas são mais bárbaros do que os europeus, pois não conhecem a virtude cristã da piedade.
d)  a barbárie é um comportamento social que pressupõe a ausência de uma cultura civilizada e racional.
e)  a ingenuidade dos indígenas equivale à racionali- dade dos europeus, o que explica que os seus costumes são similares.

Análise pedagógica
Competências: III, IV e V - Habilidade: 19
A essência do método histórico consiste em interpretar textos e estabelecer conceitos que descrevam adequadamente o argumento do seu autor. No caso da análise do texto de Michel de Montaigne, as interpretações matizadas que ele fornece das práticas culturais dos índios Tupinambá e dos franceses no século 16 induzem o participante a buscar no conceito de relativismo cultural a inversão de valores proposta pelo discurso crítico de Montaigne. O esforço requerido do participante é duplo, nesse sentido, pois, além de iden- tificar os pressupostos e os argumentos utilizados por Montaigne, ele deve considerar, tam- bém, previamente, o contexto histórico-cultural das duas sociedades, ameríndia e euro- peia. Assim, o participante, ao relacionar e comparar situações históricas específicas, é levado a compreender quem, em cada sociedade, pode ser considerado como bárbaro ou selvagem. A partir de um narrador europeu, o texto leva o leitor a compreender o pensamen- to europeu no período. Nesta época, as dissonâncias, mais que as consonâncias, eram responsáveis por críticas profundas não apenas a alguns costumes das sociedades indíge- nas, mas, principalmente, à própria sociedade européia envolvida com as chamadas "guerras de religião" que opunham católicos e protestantes. Cerca de 41% dos participantes assina- laram corretamente a alternativa B. As demais opções devem-se, provavelmente, a análise das alternativas fora do contexto apresentado no texto ou a uma leitura não compreensiva.

Fonte:

Acesso em 16 Junho 2014


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